O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, concluiu uma viagem de oito dias pela China em busca de apoio econômico para seu país, encerrando sua jornada em Pequim, onde foi recebido pelo presidente chinês, Xi Jinping.
Na quarta-feira, Xi Jinping abriu as portas do Grande Palácio do Povo, o icônico hemiciclo de Tiananmen onde líderes mundiais costumam ser recebidos, para assinar um novo acordo destinado a “elevar” as relações entre as duas nações. Esse pacto representa uma “parceria estratégica integral”, um título simbólico que denota o mais alto nível de relações diplomáticas chinesas e compartilhado apenas por um pequeno grupo de países, incluindo Paquistão e Rússia.
Embora Maduro estivesse principalmente em busca de financiamento para seu país afetado pela inflação, as paradas mais produtivas foram em Shenzhen e Xangai, onde se encontrou com a presidente do banco de desenvolvimento do grupo BRICS, a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff. Ela destacou que o bloco de economias emergentes considera a Venezuela “um parceiro, um aliado e um amigo”.
A China se tornou um credor-chave para a Venezuela em 2007, quando Hugo Chávez era presidente, injetando fundos no país para projetos de infraestrutura e petróleo. Pequim, o principal credor de Caracas, concedeu cerca de 50 bilhões de dólares em empréstimos à Venezuela na década passada.
A visita de Maduro destaca a melhora nas relações entre os dois países, após alguns anos de tensões, e ocorre em um contexto de crescentes atritos entre a China e os Estados Unidos. Essa reunião marca a primeira vez em cinco anos que Xi Jinping e Nicolás Maduro se sentam juntos.
Durante sua viagem, Maduro também buscou conquistar a simpatia do povo chinês ao visitar uma montanha sagrada, Taishan, na província de Shandong. Esse gesto foi bem recebido pela mídia estatal chinesa, que deu ampla cobertura.
Em Pequim, além de seu encontro com Xi Jinping, o líder venezuelano se reuniu com Liu Junwen, diretor do Centro Internacional para a Redução da Pobreza da China, um dos arquitetos dos programas de desenvolvimento que levaram a China a declarar a erradicação da pobreza absoluta há alguns anos.