O Governo de São Paulo anunciou na terça-feira, dia 5 de setembro, o término da Operação Escudo, que teve início no final de julho deste ano no litoral paulista. A operação foi desencadeada em resposta ao assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, das Rondas Ostensivas Tobias (ROTA), durante uma ação policial em Guarujá. O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), fez o anúncio durante uma entrevista coletiva.
Durante os 40 dias de atuação da Operação Escudo, ocorreram 28 mortes em confrontos com a polícia e 958 prisões foram efetuadas. Apesar do encerramento da operação, o secretário Derrite anunciou a retomada da Operação Impacto, que se concentra no combate aos crimes na região da Baixada Santista.
Segundo Derrite, a Operação Impacto continuará ativa até o início da Operação Verão, visando a manutenção do reforço policial na Baixada. Ele afirmou: “A Operação Impacto vai prosseguir até o início da Operação Verão, porque a Baixada não pode perder o reforço do policiamento”.
No entanto, a Operação Escudo não esteve isenta de críticas de organizações que zelam por um trato menos contundente contra o crime. O Conselho Nacional dos Direitos Humanos, ligado ao governo Lula (PT) e composto por representantes da sociedade civil, havia emitido uma recomendação no início de setembro pedindo o “fim imediato” da Operação Escudo. O órgão apontou supostos “excessos no uso da força e execuções sumárias com disparo de armas de fogo” durante as ações policiais.
Na segunda-feira (4), a Defensoria Pública de São Paulo e a ONG Conectas Direitos Humanos entraram com uma ação na justiça solicitando a instalação de câmeras corporais nos policiais que atuaram na Operação Escudo. Caso não fosse possível atender a essa demanda, a operação deveria ser suspensa, sob pena de multa diária. No entanto, o secretário Derrite afirmou não ter conhecimento formal dessa ação e destacou que a fiscalização das polícias é de competência do Ministério Público.