O governo dos Estados Unidos voltou a demonstrar interesse nos minerais estratégicos do Brasil, especialmente os chamados elementos de terras raras, amplamente utilizados em setores de alta tecnologia e defesa. A informação foi confirmada pelo presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, após reunião com o encarregado de negócios da embaixada norte-americana, Gabriel Escobar, segundo o portal G1. De acordo com a matéria, o diplomata mencionou o tema pela segunda vez em poucos meses, reforçando o desejo norte-americano de estreitar laços com o setor privado brasileiro nesse campo, apesar das hostilidades do atual governo Lula (PT).
Apesar do contato, o Ibram reiterou que a negociação formal é competência exclusiva do governo brasileiro, limitando-se a discutir possíveis parcerias comerciais entre empresas. O movimento dos EUA ocorre em meio à disputa comercial com a China, que hoje controla a maior parte da cadeia global de produção e refino desses minerais. O Brasil, que detém cerca de 25% das reservas mundiais de terras raras, surge como alternativa estratégica. “Dissemos então que a pauta de negociações era privativa do governo”, afirmou Jungmann.
A ofensiva diplomática norte-americana se dá paralelamente à iminente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, determinada pelo presidente Donald Trump e com início previsto para 1º de agosto. O governo atribui a medida a motivações políticas ligadas ao julgamento de Jair Bolsonaro no STF. Lula reagiu com ataques ao norte-americano: “Ele mandou uma carta pedindo para pararem de perseguir o Bolsonaro. Um desaforo desrespeitoso com o Brasil e a justiça brasileira”, declarou o petista, que também ironizou a postura de Trump ao dizer que “se ele estiver trucando, vai tomar um seis”.
