A Polícia Federal atribuiu ao deputado Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) o recebimento de pelo menos R$ 14,7 milhões em repasses ligados ao esquema de desvios da Conafer, entidade que operava descontos indevidos sobre benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. A investigação, parte da operação ‘Sem Desconto’, aponta que o parlamentar teria sido o mais bem remunerado entre os envolvidos, com pagamentos mensais realizados por empresas ligadas ao operador financeiro Cícero Marcelino de Souza Santos.
Segundo o relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal, os valores eram distribuídos por meio de empresas como Fortuna Loterias e Construtora V L H Ltda., em períodos que coincidiam com liberações de pagamentos do INSS à Conafer. A entidade, descrita como organização criminosa, teria mantido acesso à estrutura do INSS com apoio político para evitar fiscalizações e garantir a continuidade dos repasses. Pettersen era identificado nas planilhas internas como “Herói E”, e seus assessores também aparecem como beneficiários de recursos.
A PF solicitou medidas cautelares contra o deputado, incluindo monitoramento eletrônico e fiança no valor mínimo recebido. Caso não haja pagamento, o afastamento das funções pode ser considerado. A operação, autorizada pelo ministro André Mendonça, prendeu nove pessoas e cumpriu dezenas de mandados em 15 Estados e no Distrito Federal. Entre os alvos estão o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e o ex-ministro da Previdência José Carlos Oliveira. Pettersen declarou estar à disposição das autoridades e negou envolvimento em práticas criminosas.









