O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) uma contraproposta à anistia dos presos do 8 de janeiro. A sugestão prevê uma abordagem menos rígida, com potencial para suavizar a resistência de Lula (PT) e de seus aliados. O tema será debatido por Bolsonaro com os líderes Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Zucco (PL-RS) em reunião prevista para breve, em Brasília. O requerimento de urgência para a proposta original já havia reunido as assinaturas necessárias, mas não foi pautado por Motta para evitar atritos com o Planalto.
A proposta alternativa é vista como mais branda do que o projeto atual do PL, o que poderia facilitar sua tramitação na Câmara. Essa versão menos dura vem sendo articulada nos bastidores por Motta e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), inclusive com ministros do STF durante viagem ao exterior. No entanto, a oposição, composta majoritariamente por aliados de Bolsonaro, rejeitou essa iniciativa, reforçando que alterações nas penas são prerrogativa exclusiva do Legislativo, e não do Judiciário.
No Senado, Alcolumbre tem demonstrado resistência em levar adiante qualquer proposta de anistia neste ano, alegando que o tema não é prioritário e que falta apoio entre os senadores. Mesmo assim, parlamentares de direita acreditam que, com eventual aprovação na Câmara, o cenário poderá mudar. “O apoio em uma das Casas melhora o clima na outra”, afirmou um senador alinhado a Bolsonaro. A expectativa do grupo oposicionista é que a movimentação de siglas como União Brasil e PSD ajude a consolidar uma base favorável à votação.










