Quando o Brasil foi anunciado como sede da COP30, muitos imaginaram que o país teria a chance de retomar o protagonismo internacional perdido nos últimos anos. No entanto, o que se viu em Belém foi um espetáculo de improviso, desorganização e constrangimento. A conferência, que deveria ser um marco da diplomacia ambiental brasileira, tornou-se símbolo da decadência institucional de um governo que insiste em vender uma imagem que o mundo já não compra.
A ausência dos presidentes dos Estados Unidos, China e Rússia — independentemente de suas motivações — foi um sinal claro de que o governo Lula não goza de respeito internacional. A presença de apenas 17 chefes de Estado na abertura, número muito inferior ao de edições anteriores, escancarou o isolamento diplomático do Brasil sob a atual gestão. Nem mesmo aliados ideológicos compareceram em peso, o que revela que o problema vai além da política externa: trata-se de uma crise de confiança.
Enquanto o presidente tenta posar de líder global, a realidade em Belém é outra. Jornalistas estrangeiros foram assaltados, hotéis cobraram diárias de até R$ 20 mil e a infraestrutura da cidade mostrou-se incapaz de receber um evento dessa magnitude. A solução? Decretar GLO e mobilizar as Forças Armadas para conter o caos. É irônico que um governo que se diz democrático precise recorrer a medidas de exceção para garantir o mínimo de ordem.
O desfile de atores fantasiados de animais rastejando pela green zone foi a cereja do bolo. O que deveria ser uma celebração da biodiversidade brasileira virou piada internacional. A imagem de um Curupira desfilando entre representantes globais não apenas ridiculariza o folclore nacional, como reforça a percepção de que o Brasil virou um circo sob a batuta de um governo que confunde ativismo com diplomacia.
Mais grave ainda é a contradição entre o discurso ambientalista e a prática governamental. Enquanto Lula clama por investimentos no Fundo Florestas Tropicais para Sempre, o Ibama autoriza a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. A hipocrisia é tamanha que até os ambientalistas mais alinhados ao governo se viram obrigados a criticar a medida. O resultado? Um país que fala em transição energética enquanto se agarra ao velho modelo de combustíveis fósseis.
A tentativa de driblar as leis de licitação ao contratar um organismo internacional para organizar a conferência é outro ponto que merece atenção. A oposição já acionou o TCU, e com razão. O Brasil possui instituições capazes de conduzir eventos dessa natureza. Optar por um atalho opaco apenas reforça a percepção de que o governo prefere operar nas sombras a prestar contas à sociedade.
Enquanto isso, líderes como Donald Trump, que enfrentaram duras críticas por suas posturas ambientais, ao menos mantiveram a coerência e a soberania nacional como pilares de sua política. O mesmo vale para Jair Bolsonaro, que, apesar das críticas, sempre deixou claro que o Brasil não se curvaria a pressões externas disfarçadas de preocupação ambiental. Hoje, sob Lula, o país se vê reduzido a um palco de indulgências climáticas, onde o discurso bonito esconde a falta de resultados.
A COP30 poderia ter sido uma oportunidade de ouro. Em vez disso, tornou-se um retrato fiel de um governo que perdeu o respeito do mundo e, pior, expôs o Brasil ao vexame internacional. O planeta precisa de lideranças firmes, coerentes e respeitadas. Infelizmente, o Brasil de hoje oferece o oposto.










