O governo japonês apresentou uma queixa formal à China na segunda-feira (10) após declarações agressivas do cônsul-geral chinês em Osaka, Xue Jian, contra a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi. Em publicação nas redes sociais, o diplomata afirmou que “não temos mais remédio que cortar esse sujo pescoço que se lançou sobre nós”, em referência direta à líder japonesa. A fala, posteriormente apagada, foi considerada “extremamente inapropriada” por Tóquio, que exigiu providências imediatas de Pequim.
O episódio ocorre em meio ao endurecimento da postura japonesa diante de uma possível ofensiva militar da China contra Taiwan, ilha democrática que Pequim insiste em considerar parte de seu território. Takaichi declarou na sexta-feira (7), durante sessão parlamentar, que um ataque chinês à ilha poderia configurar “ameaça à sobrevivência do Japão”, o que, segundo a legislação de defesa coletiva aprovada em 2015, permitiria resposta militar japonesa. A fala seguiu-se a uma reunião da premiê com um representante taiwanês durante cúpula regional em Seul, o que já havia incomodado o regime comunista chinês.
Em resposta à crise, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, tentou justificar a ameaça como reação a “comentários perigosos” da líder japonesa. Já o embaixador dos Estados Unidos no Japão, George Glass, condenou a publicação e afirmou que o diplomata chinês “ameaçou o povo japonês”. Takaichi, por sua vez, reafirmou nesta segunda-feira (10) que não recuará de sua posição e que o Japão poderá agir em defesa de Taiwan, caso a ilha seja alvo de bloqueio ou ataque armado por parte do regime de Pequim.













