O ex-presidente Jair Bolsonaro, após prestar depoimento na sede da Polícia Federal em Brasília, na tarde da última sexta-feira (18), negou as acusações de tentativa de golpe de Estado e afirmou ser alvo de perseguição política. A declaração ocorre no mesmo dia em que uma operação da PF foi deflagrada contra ele e aliados, com medidas como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acesso a redes sociais.
Em suas primeiras palavras à imprensa, Bolsonaro reiterou que jamais orquestrou ou participou de qualquer plano para subverter a ordem democrática. “Não houve golpe. O que há é uma perseguição implacável contra mim e todos aqueles que defendem os valores da direita no Brasil”, declarou o ex-presidente, visivelmente contrariado com as restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro lamentou o impacto das medidas em sua vida pessoal e política, referindo-se à tornozeleira eletrônica como um “constrangimento desnecessário” e à proibição de usar as redes sociais como uma tentativa de silenciá-lo. “Eu sempre usei minhas redes para me comunicar diretamente com o povo. Agora, querem me calar”, protestou, reforçando que suas ações sempre estiveram dentro dos limites da Constituição.
A coletiva foi marcada por questionamentos sobre o conteúdo do depoimento, ao que Bolsonaro respondeu ter esclarecido todos os pontos levantados pela investigação. Ele não entrou em detalhes sobre as perguntas e respostas, mantendo a postura de que está sendo injustiçado.
A narrativa de “perseguição” tem sido uma constante na defesa do ex-presidente e de seus apoiadores, que veem nas ações judiciais uma retaliação política. As investigações da PF e do STF, que resultaram nas recentes medidas, apontam para indícios de uma suposta trama para deslegitimar o processo eleitoral e o resultado das urnas em 2022.
O cenário político permanece tenso, com o embate entre o ex-presidente e o Judiciário em um dos seus pontos mais altos. As próximas etapas das investigações e a postura da defesa de Bolsonaro serão cruciais para o desdobramento do caso.